10 anos da revista MundoJ

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A edição deste bimestre da MundoJ marca os 10 anos da revista. Aproveito a ocasião especial para contar como me tornei autor de artigos dessa publicação (também vai ser o primeiro post em português do blog).

Tudo começou em 2003, quando eu comprei a terceira edição da revista numa banca, em Viçosa-MG. Era uma edição que falava sobre software livre… Isso foi quando eu ainda estava no segundo ano de faculdade e havia apenas começado a aprender Java (a revista se chamava MundoJava). Lembro-me da dificuldade que eu tinha para entender alguns artigos mais técnicos da publicação. E isso era justificável, pois até então o contato que eu havia tido com tecnologia para desenvolvimento era apenas com programação básica em C++/Java e Haskell (ótima linguagem para programação funcional, por sinal). Eu não sabia nada sobre desenvolvimento para a Web, plataforma Java EE, IDEs/frameworks, sistemas de controle de versões e toda a parafernália correlata com a qual quem trabalha na área está acostumado. Aliás, é bom ressaltar que o curso de Ciência da Computação não ensina essas coisas (e nem é esse o propósito, porque a tecnologia muda muito rápido). Boa parte do curso é composta de Matemática (Cálculo e mais Cálculo…), Física e aspectos teóricos de computação (algoritmos, linguagens formais, redes, compiladores, etc.).  Sendo assim, era (e ainda é) fundamental “correr atrás” e buscar livros e qualquer outro material que pudesse complementar a formação acadêmica teórica com as competências técnicas mais “práticas” demandadas pelo mercado de trabalho. Nesse aspecto, a revista contribuiu para que eu começasse a ter maior contato com todo esse universo.

Passados alguns anos, completei meu curso e decidi seguir no meio acadêmico, fazendo mestrado. Nessa época, eu estava aprendendo sobre padrões de projeto, um dos assuntos que eu mais gosto na área até hoje. Em meus estudos nesse tema, acabei me deparando com exemplos muito interessantes de implementação de alguns padrões usando o mecanismo de reflexão disponível na linguagem Java. Achei o assunto tão interessante e original, que resolvi submeter ao editor-chefe da MundoJava uma proposta de artigo nesse tema, que foi prontamente bem recebida. Depois de alguns meses de trabalho, em março de 2007, tive meu primeiro artigo publicado na revista, com o título “Padrões de Projeto e Reflexão” (edição 22).

Gostei tanto da experiência, que continuei escrevendo novos artigos até que, alguns meses depois, o editor-chefe me convidou para fazer parte da equipe técnica da revista. Com isso, além de continuar escrevendo, passei a revisar alguns dos textos publicados por outros autores. Com as frequentes publicações, de vez em quando, acontece de algum leitor enviar seus comentários e dúvidas por e-mail, o que também é algo bem gratificante.

O que eu vejo como diferencial da MundoJ em relação a outras publicações, além da qualidade gráfica de impressão e do aspecto temático (tentar reunir vários artigos dentro de um único assunto), é a característica de buscar trazer artigos que apresentem contribuições relevantes, ou com exemplos ou com ideias, e que não sejam mera repetição de tutoriais facilmente encontrados na Internet. Além disso, é a única revista nacional que eu conheço que aborda desenvolvimento de software de uma forma mais abrangente (sem o enfoque único em uma tecnologia específica). De qualquer forma, a revista também possui seus problemas, existindo pontos que certamente carecem de melhorias (distribuição é um deles).

Encerro este post, portanto, parabenizando toda a equipe da MundoJ pelas 60 edições publicadas ao longo destes 10 anos. Obrigado pela oportunidade de fazer parte dessa história!

(…) Senhor, Deus meu, graças te darei para sempre.” (Salmo 30:12b)