75 obras-primas que todo cristão deveria conhecer

“75 Masterpieces Every Christian Should Know” (“75 obras-primas que todo cristão deveria conhecer”) é um livro que traz 75 obras de arte de diversos gêneros, indo desde as primeiras pinturas nas catacumbas romanas até o cinema do século XXI.

Alguns dos artistas incluem: John Bunyan, Dante, Handel, Bach, Michelangelo, Rembrandt, Jane Austen, Chesterton, Gaudí, Dostoyevsky, C.S. Lewis, Tolkien e até nomes como U2 e Bob Dylan.

Cada capítulo traz uma obra e está organizado em duas partes: na primeira, há uma análise da obra em si; na segunda parte, é trazida uma breve biografia do criador da obra. Ambas as partes são bem interessantes, pois o autor fala tanto das perspectivas cristãs de cada obra quanto da jornada espiritual de seus autores.

Vale ressaltar que não se trata de uma descrição “seca” ou monótona das obras. Pelo contrário, o autor consegue apresentar o conteúdo de uma forma muito original, a ponto de o livro poder ser usado mesmo como uma espécie de leitura devocional. Gostei muito do seu estilo de escrita: direto, perspicaz e rico em termos de vocabulário. Outro ponto forte do livro são as incríveis imagens dos trabalhos.

Foi um verdadeiro deleite ler este livro, enriquecedor sob tantos aspectos. A arte é sem dúvida um dos instrumentos mais incríveis de adoração ao Criador, uma janela  para experimentarmos um pequeno vislumbre da Sua infinita glória, um canal multifacetado para transmissão da Sua mensagem de graça e salvação.

“Arte se torna obra-prima quando sobrevive ao teste do tempo e desafia seus espectadores a verem o mundo a partir de uma nova perspectiva.”

#bookreview #art

Gilead

“Gilead” é um romance no qual um pastor idoso — sabendo que não lhe resta muito tempo de vida — escreve uma longa carta para o seu filho (ainda criança). Ao longo da carta, ele rememora situações que viveu, trazendo diversas reflexões sobre sua vida, incluindo temas de fé e relações humanas em geral. O livro é muito bem escrito e, com justiça, venceu em 2005 o maior prêmio da literatura americana, o Pulitzer Prize.

Uma das reflexões do reverendo que me chamou a atenção foi a seguinte:

Há um padrão nesses mandamentos de separar coisas para que a sua santidade seja percebida. Todo dia é santo, mas o sábado é separado para que a santidade do tempo possa ser experimentada. Todo ser humano é digno de honra, mas a consciente disciplina da honra é aprendida desse separar pai e mãe, os quais normalmente estão cansados e sobrecarregados, e podem estar rabugentos, ou avarentos, ou ignorantes, ou autoritários.” (tradução livre)

De fato, o Novo Testamento tende a trazer essa “ampliação”:

  • No AT: honrar pai e mãe / No NT: honrar aos “outros” mais do que a si próprio (Rm 12:10);
  • No AT: dízimo / No NT: uma vida de generosidade (2 Co 9:6-8);
  • No AT: descansar no sábado / No NT: Cristo é nosso descanso todos os dias (Hb 4:9-10).

Achei significativa (e provocativa) essa ideia de experimentar o “macro” na prática ordinária do “micro”. Às vezes, usamos essa nossa incapacidade de fazer na dimensão máxima — ou, por todos — como desculpa, e acabamos não fazendo nem o pouco que está ao nosso alcance.

#bookreview  

Vivo da escrita

Vivo da escrita. Mas não da escrita de livros. Vivo da escrita de software.

Quando falamos em software, é como se lidássemos com duas realidades distintas, dois “mundos” — o mundo exterior (que é visto por todos) e o mundo interior (que é visto apenas pelos desenvolvedores daquele software). Talvez você não saiba, mas esse mundo interior — que você não vê — é extremamente rico e complexo. É o tal do código-fonte. 

De certa forma, desenvolver um software é como redigir uma história: criamos os personagens (e como somos criativos com os nomes!), os diálogos, as cenas e tudo o mais que se desenrola na “trama”. Temos a liberdade de moldar nosso próprio mundo.

Utilizamos linguagens de programação, cada qual com seu vocabulário, sua sintaxe, seu estilo e suas “expressões idiomáticas”. Como escritores, podemos, em nossos “textos”, ser prolixos ou lacônicos, modernos ou retrógrados, claros ou confusos.

Muitas das histórias que contamos evoluem ao longo de vários anos (e, por vezes, décadas!)… A chegada de novos requisitos pode introduzir plot twists inesperados, perturbando todo o enredo, gerando a necessidade de reescrevermos várias cenas, jogar fora algumas coisas, remover personagens não mais necessários, criar outros personagens e interações não previstas. Além disso, alguns “insetos” (bugs) insistem em atrapalhar a nossa narrativa, e alguns deles são muito difíceis de serem eliminados. Enfim, não costuma haver muito espaço para a monotonia.

O mais louco é que todo esse complexo enredo invisível que escrevemos é capaz de se auto executar e produzir um resultado visível no mundo externo (me lembra um pouco o texto bíblico de Hebreus 11:3). Diferentemente de uma história fictícia tradicional, o resultado da “encenação” deve (ou, pelo menos, deveria) ser preciso — na sua dimensão exterior, pessoas utilizarão aquele sistema de software.

Portanto, estamos diante de um ofício que alia o rigor e a exatidão da matemática e da engenharia, com a subjetividade e as possibilidades ilimitadas da escrita e da arte. 

Amo minha profissão de “escritor de software”.

— Alexandre Gazola

Aprender uma nova língua é…

Aprender uma nova língua é aprender diferentes modos de pensar sobre a mesma coisa, e diferentes coisas nas quais jamais havíamos pensado.

É descobrir, esquecer e redescobrir significados, conceitos e nuances dos quais nunca nos demos conta.

É perceber e experimentar o mundo sob um prisma distinto. É expandir seus horizontes. É transformar ruídos ininteligíveis em melodias e canções. É extrair sentido de rabiscos outrora indecifráveis.

É entrar numa aventura infindável de descobertas. É cultivar o senso de curiosidade. É habituar-se ao desconforto, a andar por caminhos incertos.

É voltar a ser como criança: embaraçar-se, falar errado, não saber o que dizer, ou como dizer, ou quando dizer… É celebrar pequenos progressos, valorizar o simples. É ser humilde para aprender, desaprender, reaprender.

É escalar montanhas sinuosas. É embarcar numa viagem sem fim, desfrutando de cada etapa. É ser perseverante na semeadura, confiando nos frutos vindouros.

É conviver com conquista e frustração. É arriscar-se a ser mal compreendido, mas vibrar em entender e fazer-se entendido.

É alegrar-se nas semelhanças e diferenças entre outros. É fazer novos amigos, romper barreiras, obter acesso e conexão com a alma de pessoas de geografias diversas.

É reconhecer diferentes histórias e culturas, descobrir novos mundos. É, no diferente do outro, entender melhor o que é seu.

É, sobretudo, tornar-se outra pessoa… sem deixar de ser você mesmo.

Vale a pena aprender uma nova língua.

— Alexandre Gazola

Coleção Inglês através da Bíblia

Em junho de 2021, tive o prazer de publicar meu primeiro livro: Inglês através da Bíblia – Volume 1. Foi um tempo total de pouco mais de um ano de escrita/produção e cerca de dez meses no trabalho de revisão e diagramação (com muitas idas e vindas).

A proposta dos livros, em resumo, é dupla: ensinar vocabulário bíblico e possibilitar o aprimoramento do inglês como segunda língua. O trabalho ficou muito original, com uma qualidade profissional, e o feedback recebido até o momento tem sido ótimo! Deus seja louvado!

Inglês através da Bíblia – Vol. 1

Você pode conhecer mais sobre o projeto (e, se desejar, adquirir o seu exemplar) no site da coleção: inglesatravesdabiblia.com. Ainda estão previstos mais três volumes.

10 curiosidades sobre o francês

Nós últimos três meses, tenho me aventurado no aprendizado do francês. E hoje eu gostaria de compartilhar com vocês dez curiosidades desse idioma que está entre as seis línguas oficiais da ONU e é falado em 29 nações independentes. C’est parti!

✓ 1. Números — Não há uma palavra única para designar as dezenas de 70 a 90. 70 é “soixante-dix” (sessenta e dez); 80 é “quatre-vingts” (quatro vintes); e 90… é “quatre-vingt-dix” (quatro vinte dez!).

✓ 2. Acentos — Os acentos são utilizados para assinalar pronúncia (e não sílaba tônica). Por exemplo, o “é” equivale a uma pronúncia fechada (como o nosso “ê”); “è” e “ê” tem pronúncia aberta (como o nosso “é”). Ex.: “préféré” (preferido).  

✓ 3. Dupla negação — Para negar uma frase, é necessário usar duas palavras negativas (e.: “ne” e “pas”). Ex.: “Je NE suis PAS français” (não sou francês). No falado, o “ne” costuma ser omitido.

✓ 4. Tempo — É comum encontrarmos duas palavras (uma masculina e uma feminina) para falar sobre períodos de tempo. Ex.: jour/journée; ans/anée; matin/matinée, soir/soirée.

✓ 5. “Désolé”, além de significar “desolado”/”desconsolado”, também significa “desculpa” (como o “sorry” do inglês). É como se, ao pedir desculpas, você dissesse “estou desconsolado”… dramático né?! rs

✓ 6. “Pomme de terre” é “batata”. “Pomme” é “maçã”. Então, uma batata seria, literalmente, uma “maçã da terra”.

✓ 7. Eles chamam o “almoço” de “déjeuner” (literalmente, seria o “desjejum”). E o café da manhã… é o “petit-déjeuner” (seria o “pequeno” almoço). Faz sentido! 🙂

✓ 8. Para respostas afirmativas, há duas palavras “oui” (“sim” simples) e “si” (“sim” p/ uma confirmação positiva de uma pergunta negativa).

✓ 9. Existe o verbo “patienter”, que significa “esperar”.

✓ 10. É comum a omissão de pronúncia da combinação de algumas letras ao final das palavras. Acredito que isso torne o francês possivelmente a língua românica com o maior número de homófonos.
Por exemplo, na frase “un ver qui va vers un verre vert” (um verme que vai em direção a um copo verde), as palavras “ver”, “vers”, “verre” e “vert” tem todas a mesma pronúncia!

Por hoje é só. E você? Já estudou esse idioma?

Au revoir! 😉

Um convite à comunhão

Amo esse momento mágico do dia, que conhecemos por “entardecer”, “pôr do sol”, ou, mais poeticamente, “ocaso”, “crepúsculo” ou “poente”.
.
Os americanos e ingleses o chamam de “sunset”; os espanhóis, “la puesta de sol”; para o os italianos, é “il tramonto”; e, para os franceses, “le coucher du soleil”.
.
Os fotógrafos o apelidaram de “hora dourada”, por ser o momento ideal para fazer as melhores fotos (junto com o nascer do sol).
.
Em Gênesis, tratava-se da “viração do dia”, que, para o povo judeu, marca o fim de um dia e o princípio do dia seguinte (“houve tarde e manhã”). Logo, uma oportunidade de recomeçar.
.
Não por acaso, temos evidências de que era justamente a hora em que Deus vinha ao Jardim do Éden ter comunhão com o homem.
.
Cada pintura diária na abóbada celestial é um presente do Supremo Artista para todos nós; e, sem dúvidas, continua sendo um convite à comunhão projetada desde o início para esse instante.
.
Portanto, independente do nome que você dê a esse momento, por que não fazer dele uma ocasião de conexão com o Criador? Ele continua falando… 🤗🌅
.
“Por meio de tudo que ele fez desde a criação do mundo, podem perceber claramente seus atributos invisíveis: seu poder eterno e sua natureza divina.” (Romanos 1:20 – NVT)

Poema della Gratitudine

POEMA DELLA GRATITUDINE

Ringrazio per la Sua dolce presenza, che non mi lascia mai. Ringrazio per la forza per superare le avversità; per la fede, che estingue le impossibilità; per la speranza, che non delude; per l’amore, che soffre ogni cosa, crede ogni cosa, spera ogni cosa, sopporta ogni cosa.

Ringrazio per la predicazione della Parola, per la rivelazione dello Spirito, per la grazia del Padre. Ringrazio per la luce, per la salvezza della croce! Ringrazio per il corpo flagellato e per il sangue versato dal Figlio, Gesù. Ringrazio per l’inspiegabile perdono; per la pace, la salute e la trasformazione.

Ringrazio per ogni risveglio all’alba, che porta il rinnovo delle Sue misericordie sempiterne. Ringrazio per il gusto dei cibi, per la tazza di caffè… e anche per il piacere del cioccolato!

Ringrazio per il rumore del mare, per le sfumature delle stagioni, per i dipinti del Creatore… per il profumo delle rose, per la gioia dei sorrisi, per le risate che non finiscono mai.

Ringrazio per la famiglia: per coloro che sono vicini e per coloro che sono lontani. Ringrazio per l’amore della mamma, per la fedeltà degli amici e per i legami fraterni; per le spensierate chiacchierate, per la gentilezza del prossimo e per la complicità di chi ci ama.

Ringrazio per la tenerezza del bacio, per l’empatia dello sguardo e per la premura dell’abbraccio di chi ci vuole bene. Ringrazio per quei momenti che sono così belli da voler farci fermare il tempo…

Ringrazio per la capacità di lavorare, per la possibilità di creare, per i colleghi con cui collaborare; per crescere, per imparare e fare in modo che la vita di qualcuno sia migliore. Ringrazio per il sonno, che l’energia riporta, e per il sogno, che l’entusiasmo provoca.

Ringrazio il mio Buon Pastore, per non farmi mancare nulla; per supplire a ogni bisogno, per concedere benedizione dopo benedizione. Ringrazio per tutto, infine; ringrazio Te, mio Padre, per la Tua vita che c’è in me!

Benedici, anima mia, il Signore e non dimenticare nessuno dei suoi benefici.”(Salmi 103:2)

🖋Alexandre Gazola

Addio Italia!

Quase um milhão de italianos emigraram para o Brasil entre 1880 e 1900. Entre eles, meu bisavô Lorenzo Luigi Gazzola. A grande maioria desses emigrantes eram camponeses e trabalhadores manuais que, assolados pela miséria, doenças e desemprego, lançavam-se na busca por uma vida melhor do outro lado do Atlântico.


Esse é o pano de fundo do romance “Addio Italia“, de Gianni Favarato. Pela história, é possível ter uma ideia das péssimas condições de vida que as famílias possuíam, o trabalho árduo nas terras dos fazendeiros para mal conseguirem se alimentar (a polenta era a “iguaria” das famílias pobres).


Uma possibilidade, então, se apresentava:


Deixar para trás o seu povoado e submeter a sua família a uma exaustiva e temerária viagem de navio, com o sonho de ter uma vida mais digna. Será que os riscos valiam à pena? Afinal, se tratava de uma viagem que durava de 20 a 30 dias, em condições precárias de higiene (muitos morriam no trajeto) e
rumo a uma terra distante e desconhecida, sem nenhum tipo de garantia de êxito. Muitos, inclusive, acabaram retornando à Itália ou reemigrando para outros países quando não encontraram as condições que esperavam.


Em todo caso, uma coisa tem que ser dita: esses emigrantes foram muito corajosos. Fizeram algo para mudar a situação em que se encontravam. Deram um passo de fé.


Quantos de nós não estamos satisfeitos em alguma área da nossa vida e, contudo, não fazemos absolutamente nada para mudar? Seja por medo do desconhecido ou pelo simples comodismo de permanecer em “terreno familiar”, nos acostumamos, por vezes, a viver uma vida medíocre e robotizada, lutando para apenas “sobreviver”.


A pergunta que fica é: até quando?


Já é hora de decidir tomar o navio da fé, propósito e atitude e se lançar a viver em “novas terras”. Entrar na nau do conhecimento e da sabedoria; embarcar numa vida de amor a Deus e ao próximo; tomar o barco da auto-responsabilidade, disciplina e confiança. Assim, será possível construir uma nova realidade de vida, cheia de alegria e satisfação.


‘Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.’” (Jr 29:11)

Addio Italia!

🖋Alexandre Gazola

Aquisição de vocabulário nativo por meio de línguas estrangeiras

Em nossa sociedade hodierna, é sabido que um bom conhecimento de uma língua estrangeira aporta diversos benefícios a uma pessoa, sob os os mais variados aspectos. Além de abrir o leque de possibilidades de aprendizado, comunicação e interação com pessoas de outras nacionalidades e culturas, há um benefício, talvez menos conspícuo, que esse conhecimento pode proporcionar: expansão e enriquecimento de vocabulário na própria língua materna.

Para a minha a dita, ao estudar com alguma profundidade três línguas estrangeiras (inglês, espanhol e italiano), tenho identificado um pletórico léxico que acomuna essas línguas com a língua portuguesa. De fato, não é difícil explicar esse fenômeno do ponto de vista linguístico: trata-se de idiomas pertencentes à família de línguas indo-europeias e que, ou derivaram diretamente do latim (português, espanhol e italiano) ou sofreram uma forte influência deste (inglês).

Para vermos isso de forma mais concreta, vamos a alguns exemplos:

  • A conjunção adversativa “mas”, embora exista no espanhol, tem seu uso mais restrito a contextos formais. A palavra mais usada é “pero“. Já, no italiano, eles utilizam igualmente “però” e “ma“. Não é interessante?
  • Em italiano, é de uso comum o adjetivo “estivo“, que se refere a algo típico da estação verão. No português, temos a palavra “estival”, com o mesmo significado.
  • Em inglês, a palavra “compromise” tem a ver com um acordo em que há transigência entre as partes. Trata-se, portanto, de um falso cognato com o português (“compromisso”) e também com o espanhol (“compromiso“). “Compromisso” (no sentido de “pacto” ou “obrigação”) é “commitment“, em inglês. Curiosamente, no italiano, a palavra “compromesso” tem o mesmo significado de “compromise“, no inglês. Já no sentido de “obrigação”, o termo em italiano é “impegno“.
  • Em italiano, o verbo “vencer” é “vincere“. Porém, diferentemente do verbo em português (e espanhol), ele também pode ser usado tendo como objeto a recompensa que se obtém com a vitória. Por exemplo, no italiano você pode dizer “vincere una medaglia”, porém no português isso não é possível (não se diz “vencer uma medalha”, e sim, “ganhar uma medalha”). Já o verbo “to win“, em inglês, funciona de forma semelhante a “vincere” no italiano.

Estes são apenas uns poucos exemplos das relações interessantes entre vocábulos de origem comum entre essas línguas. Eu poderia citar diversas palavras novas que aprendi (em português) em consequência da leitura de textos em outros idiomas. Aliás, já estou fazendo isso ao usar propositalmente diversos desses termos ao longo do texto, não com o intuito de tergiversar numa loquacidade pedante, porém justamente com o intuito de ilustrar esse olvidado benefício da expansão de vocabulário nativo. 🙂

Para que isso ocorra, contudo, é fundamental estar provido de um fácil acesso a dicionários, tanto na língua estrangeira quanto na língua portuguesa. Ao se deparar com um vocábulo novo, especialmente em línguas latinas, deve-se fazer uma consulta a um dicionário para verificar se o termo (ou alguma variação dele) existe na língua materna. Manter um glossário pessoal para posterior consulta é de grande valia nessa prática, e, em especial para potenciais escritores, constitui-se numa ferramenta de valor inefável.

Malgrado o esforço imane exigido para se aprender uma nova língua, as miríades de vantagens sobrepujam as energias despendidas. Entre essas vantagens, destaquei neste texto a possibilidade de construção de um léxico mais rico na própria língua de origem. Alguém que se lance nessa empreitada certamente colherá preciosos dividendos intelectuais, profissionais e socioculturais: motivos mais do que suficientes para não deixar que esse projeto de aprendizado fique para as calendas.